Problema infantil que às vezes se torna um caso de polícia (literalmente): as crianças que mordem outras. Com grande frequência as mães me questionam "como fazer para seu filho parar de morder outras crianças?". São inúmeras os tópicos que envolvem o problema...
Nos Estados Unidos, país da estatística-para-tudo, um terço das crianças matriculadas em pré-escolas mordem ou são mordidas pelos coleguinhas. A faixa etária gira entre 1 e 3 anos de idade, raramente acima ou abaixo. "Não deixa de ser uma forma da criança manifestar sua raiva, frustração, necessidade de consolo" - coloca o psicanalista clínico Stanley Goldstein, autor do livro Troubled Children, Troubled Parents (Crianças problema, pais problema, na tradução livre). Problema grande.
Pais de mordedores e mordidos entram em conflitos na escola, na diretoria, na vida social e (mais por lá nos EUA) na justiça. Muitos pais acham que seus filhos, por morderem, serão adultos violentos. Goldstein lembra as palavras de Jean Piaget: "as crianças não pensam como os adultos". " Os adultos precisam administrar intervenções sob orientação com a criança. Isto inclui reagir rapidamente e educar as crianças a não usar seus dentes como armas".
Mas como podemos, na prática, ajudar? Muitas vezes os adultos ficam sem reação, e isso não é bom.
Primeiro, lembro sempre que o mordedor habitualmente morde em casa, os pais, irmãos, babá. Seja firme. Não permita que seu filho morda. Surpreenda, reprimindo, antes da mordida. Mostre sua insatisfação. Diga um "não" bem audível e não deixe a criança morder. Interrompa o "ato".
Mordida interrompida, converse (sem ser formal e prolixo) com a criança. Lembre que ela tem 1 a 3 anos, e que grandes discursos nesta idade não são bem compreendidos. “Os adultos precisam aprender a falar de forma simples e direta, com frases curtas, para que a criança consiga entender que o que fez é errado”.
E na escola?
Jana Martin, membro da Academia Americana de Psicologia, que foi consultora em centros de acolhimento a crianças por quase 30 anos, recomenda também que as creches tenham uma sala ou um espaço reservado e calmo, onde as crianças possam ser levadas para se acalmar. A criança deve ficar lá por pelo menos três minutos (ou um minuto por idade) para que pense e entenda o que fez.
As professoras de crianças mordedoras devem ter atenção redobrada nestas crianças, antecipando a mordida, chamando atenção, desviando a atenção, achando outra atividade lúdica para o mordedor.
Recomenda-se também que a criança que foi mordida é que seja o centro das atenções, e não o mordedor (pode ser isso que ele está querendo!). Ao mordedor, a repreensão. E (se tem mais de 2 anos) deve consolar a vítima, pedir desculpas.
Em um dos textos que li, um especialista inglês diz que o ideal, no momento da mordida, é um sonoro não e, ao separar as crianças, mantenha-se entre elas, de costas para o mordedor. "Não dê a atenção que ele quer."
Nas palavras de Goldstein, algo que sempre falo aos pais: “Primeiro os adultos devem aprender a reagir de forma propositiva (certa, fixa, contínua) ao comportamento mordedor. Em seguida, devem prestar bastante atenção para identificar o que leva a criança a agir daquela forma”.
Por isso, outro ponto muito relevante: algumas crianças estão sendo violentas porque estão sofrendo violência, física ou psicológica. Principalmente se dar mordidas não combina com o perfil do seu filho, se foi uma atitude repentina, se começou após 2 ou 3 anos. É claro que nestas horas a ajuda de um profissional (psicólogo/a) deve ser procurada.
As atitudes de coibir as mordidas devem ser sinérgicas entre casa e escola. Ilustrando a dificuldade disso, eu faria uma inversão no nome do livro de Goldstein: "Pais problema, crianças problema".
Todos os profissionais tem alguns pontos em comum, como nunca revidar (você, adulto) as mordidas do seu filho, seja mordendo ou batendo. E, por mais que você morra de vontade, não peça para seu filho fazer o mesmo. Até porque não educa o mordedor e, eventualmente, cria mais um na praça...
Como em todo processo de educação, lembro que as coisas demoram...meses, semestres, às vezes anos. Mas acontecem, desde que os pais façam uma de suas principais obrigações: educar os filhos.
Nos Estados Unidos, país da estatística-para-tudo, um terço das crianças matriculadas em pré-escolas mordem ou são mordidas pelos coleguinhas. A faixa etária gira entre 1 e 3 anos de idade, raramente acima ou abaixo. "Não deixa de ser uma forma da criança manifestar sua raiva, frustração, necessidade de consolo" - coloca o psicanalista clínico Stanley Goldstein, autor do livro Troubled Children, Troubled Parents (Crianças problema, pais problema, na tradução livre). Problema grande.
Pais de mordedores e mordidos entram em conflitos na escola, na diretoria, na vida social e (mais por lá nos EUA) na justiça. Muitos pais acham que seus filhos, por morderem, serão adultos violentos. Goldstein lembra as palavras de Jean Piaget: "as crianças não pensam como os adultos". " Os adultos precisam administrar intervenções sob orientação com a criança. Isto inclui reagir rapidamente e educar as crianças a não usar seus dentes como armas".
Mas como podemos, na prática, ajudar? Muitas vezes os adultos ficam sem reação, e isso não é bom.
Primeiro, lembro sempre que o mordedor habitualmente morde em casa, os pais, irmãos, babá. Seja firme. Não permita que seu filho morda. Surpreenda, reprimindo, antes da mordida. Mostre sua insatisfação. Diga um "não" bem audível e não deixe a criança morder. Interrompa o "ato".
Mordida interrompida, converse (sem ser formal e prolixo) com a criança. Lembre que ela tem 1 a 3 anos, e que grandes discursos nesta idade não são bem compreendidos. “Os adultos precisam aprender a falar de forma simples e direta, com frases curtas, para que a criança consiga entender que o que fez é errado”.
E na escola?
Jana Martin, membro da Academia Americana de Psicologia, que foi consultora em centros de acolhimento a crianças por quase 30 anos, recomenda também que as creches tenham uma sala ou um espaço reservado e calmo, onde as crianças possam ser levadas para se acalmar. A criança deve ficar lá por pelo menos três minutos (ou um minuto por idade) para que pense e entenda o que fez.
As professoras de crianças mordedoras devem ter atenção redobrada nestas crianças, antecipando a mordida, chamando atenção, desviando a atenção, achando outra atividade lúdica para o mordedor.
Recomenda-se também que a criança que foi mordida é que seja o centro das atenções, e não o mordedor (pode ser isso que ele está querendo!). Ao mordedor, a repreensão. E (se tem mais de 2 anos) deve consolar a vítima, pedir desculpas.
Em um dos textos que li, um especialista inglês diz que o ideal, no momento da mordida, é um sonoro não e, ao separar as crianças, mantenha-se entre elas, de costas para o mordedor. "Não dê a atenção que ele quer."
Nas palavras de Goldstein, algo que sempre falo aos pais: “Primeiro os adultos devem aprender a reagir de forma propositiva (certa, fixa, contínua) ao comportamento mordedor. Em seguida, devem prestar bastante atenção para identificar o que leva a criança a agir daquela forma”.
Por isso, outro ponto muito relevante: algumas crianças estão sendo violentas porque estão sofrendo violência, física ou psicológica. Principalmente se dar mordidas não combina com o perfil do seu filho, se foi uma atitude repentina, se começou após 2 ou 3 anos. É claro que nestas horas a ajuda de um profissional (psicólogo/a) deve ser procurada.
As atitudes de coibir as mordidas devem ser sinérgicas entre casa e escola. Ilustrando a dificuldade disso, eu faria uma inversão no nome do livro de Goldstein: "Pais problema, crianças problema".
Todos os profissionais tem alguns pontos em comum, como nunca revidar (você, adulto) as mordidas do seu filho, seja mordendo ou batendo. E, por mais que você morra de vontade, não peça para seu filho fazer o mesmo. Até porque não educa o mordedor e, eventualmente, cria mais um na praça...
Como em todo processo de educação, lembro que as coisas demoram...meses, semestres, às vezes anos. Mas acontecem, desde que os pais façam uma de suas principais obrigações: educar os filhos.
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