Como anda a Gripe Suína? - Postado por Jairo Len

Faz tempo que não escrevo sobre a Gripe Suína. Acho que é porque o assunto está praticamente esgotado, no sentido de prevenção, diagnóstico, tratamento, etc..
Mas aí segue um breve up-to-date de como as coisas estão:
- Ainda vemos casos de H1N1 semanalmente, mostrando que, se a epidemia já passou, ainda existe um número endêmico de casos. Não se deve baixar a guarda, por enquanto.
- Não houve e nem há falta de Tamiflu (Oseltamivir) para ninguém. Muito pelo contrário... Parece até que alguns hospitais estão "dando saída" ao remédio, prescrito de forma deliberada, a meu ver.
- O diagnóstico da Gripe Suína (PCR para H1N1) já pode ser feito "naturalmente", como sempre fizemos com todas as doenças: podemos pedir o exame que alguns laboratórios (como o Einstein, por exemplo) já realizam. Resultados em 24 horas.
- Ter o teste do H1N1 disponível não muda muito a conduta médica - mas ajuda muito nos casos subsequentes na família - uma vez que podemos ter certeza se realmente é o H1N1 (na maioria das minhas suspeitas, o exame veio negativo). Fazer o exame em todos os casos suspeitos também diminuiu bastante o absenteísmo escolar.
- Muitos pais tem me perguntado sobre as férias 2009/2010...A priori, não vejo motivos para se evitar qualquer lugar do planeta por conta da Gripe Suína. O pior foi aqui no Brasil.

ALGUNS DADOS SOBRE A EPIDEMIA:
- De cada 100 óbitos causados pela Gripe Suína, 45 pessoas eram saudáveis anteriormente e 55% tinhas outras doenças associadas.
- Até 9 de outubro os dados oficiais contabilizam 900 mortes em todo o Brasil, atribuídas à Gripe Suína. Para recordar, este é um número semelhante ao total de mortos pelo Influenza A sazonal em 2008.
- Dados internacionais atribuem ao H1N1 responsabilidade por 90% das Gripes em 2009.
- Acredita-se que 40 a 50% da nossa população teve contato com o novo vírus.
- Mais uma vez, vale a máxima que dinheiro traz saúde: a principal causa de morte no Brasil (campeão mundial de mortalidade por Gripe Suína) foi o diagnóstico tardio, falta de kits para exame (em nível de saúde pública), uso tardio de Tamiflu, falta absoluta de UTIs de bom nível para dar suporte aos casos mais graves.

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