Atividades nas Férias - Postado por Jairo Len

O que fazer com os filhos em quase 60 dias de férias?
Curso de férias nas escola é uma boa idéia?
Estas são perguntas típicas de final de ano, quando as férias de verão assustam e preocupam muitos pais.
Em um texto polêmico, a psicóloga Rosely Sayão fez em sua coluna semanal algumas colocações muito interessantes.
Em primeiro lugar, ela fala sobre cursos de férias na própria escola:
"Você não gostaria de passar dias de suas férias em seu local de trabalho, não é verdade? À escola a criança vai para aprender. Mesmo no ciclo da educação infantil, o brincar da criança é diferente e promove o aprendizado. Nem sempre sabemos dizer o que ela está aprendendo, mas que aprende, aprende. E isso é exaustivo. Por isso, a criança precisa de férias escolares, mesmo quando pequena".
Na verdade, o que eu acho é que os pais andam extremamente preocupados em arrumar atividades para os filhos durantes as férias, e durante os finais-de-semana, feriados, etc...
Nos comentários dos leitores da psicóloga, muitas mães colocam que elas tem 30 dias de férias por ano, contra 60 ou 80 dias dos seus filhos - e que não tem com quem deixá-los durante as férias escolares. Não acho que seja esta a única questão*.

Afinal, mesmo com toda a logística de cursos de férias os pais vão ter que se desdobrar para dar atenção aos filhos. Não há atividades programadas que deem conta...
"Ter filhos significa ter de renunciar, mesmo que temporariamente, a diversas coisas. Reclamar não é produtivo, já que o desejo de ter filhos foi dos próprios pais".
Em nenhum momento Rosely Sayão sugere que as mães abandonem seus empregos, evidentemente.

Conheço muitas mães (e pais, principalmente) que, mesmo com o tempo disponível, não disponibilizam esse tempo para os filhos. E outros que trabalham muito mas conseguem participar de tudo, até durante as férias dos filhos.

Aí, a outra (*) questão: não julgo que as crianças precisam, full time, de atividades culturais, esportivas, artísticas ou musicais.
Apesar de parecer tediante, ficar em casa com os filhos, desenhar, assistir TV ou um filme juntos, ficar "brincando" com eles no iPad pode ser o melhor dos mundos, alguma coisa que eles não trocam por nada. Tornar a própria casa um lazer para os filhos. Ou a casa dos avós.
As viagens, antes de tudo, são uma forma de se fazer isso sem culpa. Ficar sem fazer nada, na praia ou na piscina, é o melhor dos mundos. Porque não exercer esse ócio aqui em São Paulo, quando não dá para viajar 60 dias?

Por fim, copio um dos comentários do texto, que para quem queira ler, está no site da folha.com.

"A autora tem a sabedoria e o discernimento incomodando pais e professores que gostariam, pela imaturidade e falta de vocação, de não encarar seus deveres, delegando a terceiros ou debitando aos outros suas mazelas e responsabilidades. Seus questionamentos expõem a nu o egoismo e infantilidade com que adultos reagem a convivência com crianças. E, via de regra, temas que perturbam "dolce far niente" de adultos convivendo com as suas neuroses infantis de busca incessante de satisfação epicurista."

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