Com frequência as mães e pais me perguntam "até que idade devo levar meu filho ao pediatra"?
Em termos de regras, a OMS diz que o pediatra é o médico que cuida de crianças e adolescentes, portanto, do nascimento aos 20 anos de idade. Não é esta regra que vemos na saúde pública nem nos pronto-atendimentos particulares, aonde o limite pediátrico chega aos 13, 14 ou 15 anos, no máximo.
Em termos práticos, acho muito importante que se acompanhe um adolescente durante todo o período de crescimento - com consultas anuais até que se atinja a estatura final. Mas temos consultas dia-a-dia relacionadas a doenças de adolescentes: infecções de garganta, dores de barriga, ouvido, problemas de pele - além de preocupações nutricionais e endocrinológicas - principalmente o sobrepeso.
Quando você atende uma criança desde seu nascimento, mês a mês, semestre a semestre, cria-se um vínculo muito grande com a família, cujo cordão-umbilical se chama confiança. E quando esta criança chega aos 17 anos de idade, com febre e dor de garganta, acabam procurando mesmo um dos últimos "clínicos-gerais" que existe, o pediatra. É nesta consulta também que aproveitamos para pesar, medir, checar as vitaminas em uso (ou o excesso delas, para muitos), recomendar o uso de vermífugos, saber como "estão as coisas".
Lembro aos pais que nós, pediatras, temos que nos preparar para "qualquer" doença que apareça: quando entra uma criança na minha sala nunca sei qual é a queixa...de lesões de pele a queda de cabelo, de micoses a problemas alimentares, infecções em qualquer parte do corpo ou simplesmente uma queixa psicológica - falta de sono, de apetite, suspeita do uso de drogas, de autismo...
Por isso nos sentimos à vontade de atender os mais velhos. Importante é que o contrário também seja verdadeiro: os adolescentes nem sempre se sentem à vontade na frente do médico. Com aqueles pacientes que cuidamos desde o nascimento, é mais fácil: na adolescência tenho certeza que fazemos parte da família deles (um tio?). Para os "novos" pacientes, que nos chegam já adolescentes, é necessário muito tato e "ir com calma"...nem todos gostam de pediatras...
Existe até uma especialidade médica própria para atender adolescentes, a hebiatria (do grego, "hêbé": juventude, adolescência). Conheço e recomendo para alguns adolescentes o acompanhamento com hebiatra, mas lembro que nem todos se adaptam - justamente por ser um médico "novo", aonde é difícil criar vínculos. Consultas de adolescentes são anuais, são poucas...
Para as meninas, a ida ao ginecologista após a menarca também é uma forma de acompanhamento desta fase - desde que a ginecologista (sempre querem mulheres, óbvio) tenha um espírito de clínica-geral - checando toda a parte de crescimento e hormônios.
E quando a garganta dói, estamos sempre prontos para atendê-los - sempre com as saudades de um tio.
Em termos de regras, a OMS diz que o pediatra é o médico que cuida de crianças e adolescentes, portanto, do nascimento aos 20 anos de idade. Não é esta regra que vemos na saúde pública nem nos pronto-atendimentos particulares, aonde o limite pediátrico chega aos 13, 14 ou 15 anos, no máximo.
Em termos práticos, acho muito importante que se acompanhe um adolescente durante todo o período de crescimento - com consultas anuais até que se atinja a estatura final. Mas temos consultas dia-a-dia relacionadas a doenças de adolescentes: infecções de garganta, dores de barriga, ouvido, problemas de pele - além de preocupações nutricionais e endocrinológicas - principalmente o sobrepeso.
Quando você atende uma criança desde seu nascimento, mês a mês, semestre a semestre, cria-se um vínculo muito grande com a família, cujo cordão-umbilical se chama confiança. E quando esta criança chega aos 17 anos de idade, com febre e dor de garganta, acabam procurando mesmo um dos últimos "clínicos-gerais" que existe, o pediatra. É nesta consulta também que aproveitamos para pesar, medir, checar as vitaminas em uso (ou o excesso delas, para muitos), recomendar o uso de vermífugos, saber como "estão as coisas".
Lembro aos pais que nós, pediatras, temos que nos preparar para "qualquer" doença que apareça: quando entra uma criança na minha sala nunca sei qual é a queixa...de lesões de pele a queda de cabelo, de micoses a problemas alimentares, infecções em qualquer parte do corpo ou simplesmente uma queixa psicológica - falta de sono, de apetite, suspeita do uso de drogas, de autismo...
Por isso nos sentimos à vontade de atender os mais velhos. Importante é que o contrário também seja verdadeiro: os adolescentes nem sempre se sentem à vontade na frente do médico. Com aqueles pacientes que cuidamos desde o nascimento, é mais fácil: na adolescência tenho certeza que fazemos parte da família deles (um tio?). Para os "novos" pacientes, que nos chegam já adolescentes, é necessário muito tato e "ir com calma"...nem todos gostam de pediatras...
Existe até uma especialidade médica própria para atender adolescentes, a hebiatria (do grego, "hêbé": juventude, adolescência). Conheço e recomendo para alguns adolescentes o acompanhamento com hebiatra, mas lembro que nem todos se adaptam - justamente por ser um médico "novo", aonde é difícil criar vínculos. Consultas de adolescentes são anuais, são poucas...
Para as meninas, a ida ao ginecologista após a menarca também é uma forma de acompanhamento desta fase - desde que a ginecologista (sempre querem mulheres, óbvio) tenha um espírito de clínica-geral - checando toda a parte de crescimento e hormônios.
E quando a garganta dói, estamos sempre prontos para atendê-los - sempre com as saudades de um tio.
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Agradeço todos os comentários!
De acordo com normas do Conselho Federal de Medicina, determinadas orientações só podem ser feitas após consulta médica ou avaliação/seguimento - portanto não posso responder perguntas detalhadas e individualizadas neste canal.
Obrigado