O assunto é para discussões infindáveis e eu não pretendo aqui tentar convencer ninguém a ser contra ou a favor - aliás, nunca fui de fazer isso. Na Clínica, lido com uma população de pais e mães de ótimo nível sócio-cultural, que tiveram oportunidade de estudar e aprimorar seus conhecimentos em qualquer assunto. Apesar das discussões sobre circuncisão masculina serem infindáveis, vivemos numa época de livre arbítrio, e é simples decidir isso para seu próprio filho. Cabe ao pediatra expressar sua opinião e expor seus argumentos aos pais - simples, sem complicação, sem mentiras.
Hoje, no UOL, temos duas notícias interessantes: uma delas mostra o declínio das circuncisões nos EUA e a outra mostra algumas estatísticas sobre o câncer de pênis (2% dos cânceres masculinos são de pênis!). O declínio das circuncisões nos EUA se deve a forte campanha dos anti-circuncisão, que a comparam à mutilação genital feminina. Quem leu meu post sobre mutilação genital feminina sabe que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Já a reportagem sobre câncer de pênis relaciona a doença à presença de fimose e prepúcio, mesmo retrátil. Os circuncidados apresentam incidência bem menor de câncer de pênis (assim como de infecções urinárias e de DSTs). Relaciona-se o câncer de pênis diretamente à higiene da glande.
No dia a dia, eu coloco os benefícios da circuncisão, inicialmente, pelo incômodo para a criança e os pais ficam por anos...e anos...nas massagens, cremes, choros...a fim de exteriorizar a glande. Semanalmente eu "reduzo" fimoses (reduzir é a manobra, forçada, para abaixar o prepúcio e expor a glande), o que traz alguns dias de muito incômodo para as crianças...
Costumo dizer que o bebê vai chorar bem menos fizer a circuncisão do que ficar no puxa-puxa do prepúcio por meses e anos...
Além do que, nas consultas dos meninos aos cinco, seis...sete anos...quando, no exame pediátrico, eu examino o genital e exteriorizo a glande, nota-se que fazia "tempo" que não se lavava a região. Pergunto para as mães "quem é o responsável" pela limpeza genital do filho. A resposta: "Ele mesmo, porque não deixa eu mexer. E o pai, raramente...".
Isso justifica fazer a circuncisão?
Quando oriento os pais, penso em todos os fatores: o sofrimento para as massagens, as minhas consultas para fazer a "redução" forçada, as infecções locais e urinárias, a falta de higienização nos mais velhos, a necessidade de se fazer a cirurgia nos mais velhos e adolescentes, a redução nas doenças sexualmente transmitidas e AIDS...
Peço que os pais conversem com amigos que tem filhos circuncidados e não-circuncidados... Lembro que não conheço ninguém que se arrepende de ter feito o procedimento no seu filho.
Mas, acima de tudo, falo para os pais que a decisão que eles tomem (fazer/não fazer) é a absolutamente certa.
"Só existe opção quando se tem informação ... Ninguém pode dizer que é livre para tomar o sorvete que quiser se conhece apenas o sabor limão" - Gilberto Dimenstein, jornalista.
Hoje, no UOL, temos duas notícias interessantes: uma delas mostra o declínio das circuncisões nos EUA e a outra mostra algumas estatísticas sobre o câncer de pênis (2% dos cânceres masculinos são de pênis!). O declínio das circuncisões nos EUA se deve a forte campanha dos anti-circuncisão, que a comparam à mutilação genital feminina. Quem leu meu post sobre mutilação genital feminina sabe que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Já a reportagem sobre câncer de pênis relaciona a doença à presença de fimose e prepúcio, mesmo retrátil. Os circuncidados apresentam incidência bem menor de câncer de pênis (assim como de infecções urinárias e de DSTs). Relaciona-se o câncer de pênis diretamente à higiene da glande.
No dia a dia, eu coloco os benefícios da circuncisão, inicialmente, pelo incômodo para a criança e os pais ficam por anos...e anos...nas massagens, cremes, choros...a fim de exteriorizar a glande. Semanalmente eu "reduzo" fimoses (reduzir é a manobra, forçada, para abaixar o prepúcio e expor a glande), o que traz alguns dias de muito incômodo para as crianças...
Costumo dizer que o bebê vai chorar bem menos fizer a circuncisão do que ficar no puxa-puxa do prepúcio por meses e anos...
Além do que, nas consultas dos meninos aos cinco, seis...sete anos...quando, no exame pediátrico, eu examino o genital e exteriorizo a glande, nota-se que fazia "tempo" que não se lavava a região. Pergunto para as mães "quem é o responsável" pela limpeza genital do filho. A resposta: "Ele mesmo, porque não deixa eu mexer. E o pai, raramente...".
Isso justifica fazer a circuncisão?
Quando oriento os pais, penso em todos os fatores: o sofrimento para as massagens, as minhas consultas para fazer a "redução" forçada, as infecções locais e urinárias, a falta de higienização nos mais velhos, a necessidade de se fazer a cirurgia nos mais velhos e adolescentes, a redução nas doenças sexualmente transmitidas e AIDS...
Peço que os pais conversem com amigos que tem filhos circuncidados e não-circuncidados... Lembro que não conheço ninguém que se arrepende de ter feito o procedimento no seu filho.
Mas, acima de tudo, falo para os pais que a decisão que eles tomem (fazer/não fazer) é a absolutamente certa.
"Só existe opção quando se tem informação ... Ninguém pode dizer que é livre para tomar o sorvete que quiser se conhece apenas o sabor limão" - Gilberto Dimenstein, jornalista.
Realmente tambem nao conheco alguem que tenha feito a cirurgia no filho e esteja arrependido. Tenho casos na familia de criancas que sofreram bastante com essa questao, por nao terem optado pela cirurgia. Meu filho fez o procedimento no 2o. dia de vida, ainda na maternidade, e acredito ter tomado a decisao mais acertada!
ResponderExcluirVale a dica para os pais que estao na duvida...